sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Estrela

Escrevendo besteiras...
Em Março escrevo algo que preste, provavelmente sobre os filmes que tenho assistido...
Até lá...

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Era uma criança, mas andava manco como um velho.

Após inúmeros tropeços, quedas sob um sol escaldante e noites gélidas

Encontrou um ombro amigo para acompanhar na viagem e se apoiarem.

Falou-se da vida, fizeram planos, enquanto o Destino não chegava.

Até que um dia, o ombro que parecia tão certo, esvaiu-se, deixando-o só.

Na primeira das habituais quedas, ergueu os olhos e viu o percurso andado e por andar.

Notou então, pela primeira vez, que era um caminho pedregoso, com espinhos

Cujo clima instável e inconstante castigava-o.

Percebeu que era a arte, a música, a amizade e alguma fantasia que até então camuflaram a real forma da estrada.

Então, a Vida pareceu-lhe Morte, e a Morte, Vida.

Ficou confuso: o Horizonte de chegada antes certo e amargo, parecia-lhe agora doce.

E o percurso antes tão bom e agradável causava-lhe desconforto.

Olhou em volta e percebeu o quanto vivera enganado.

Ajoelhado sob as pedras, tentou, mas em vão conseguiu segurar o choro e a aflição

De saber que aquela caminhada deveria continuar por longos anos

Até a doçura do Destino lhe abraçar.