Em Março escrevo algo que preste, provavelmente sobre os filmes que tenho assistido...
Até lá...
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Era uma criança, mas andava manco como um velho.
Após inúmeros tropeços, quedas sob um sol escaldante e noites gélidas
Encontrou um ombro amigo para acompanhar na viagem e se apoiarem.
Falou-se da vida, fizeram planos, enquanto o Destino não chegava.
Até que um dia, o ombro que parecia tão certo, esvaiu-se, deixando-o só.
Na primeira das habituais quedas, ergueu os olhos e viu o percurso andado e por andar.
Notou então, pela primeira vez, que era um caminho pedregoso, com espinhos
Cujo clima instável e inconstante castigava-o.
Percebeu que era a arte, a música, a amizade e alguma fantasia que até então camuflaram a real forma da estrada.
Então, a Vida pareceu-lhe Morte, e a Morte, Vida.
Ficou confuso: o Horizonte de chegada antes certo e amargo, parecia-lhe agora doce.
E o percurso antes tão bom e agradável causava-lhe desconforto.
Olhou em volta e percebeu o quanto vivera enganado.
Ajoelhado sob as pedras, tentou, mas em vão conseguiu segurar o choro e a aflição
De saber que aquela caminhada deveria continuar por longos anos
Até a doçura do Destino lhe abraçar.