domingo, 20 de dezembro de 2009

A Face do Verso

Procurando um texto para uma discussão de opressões para o CAHIS me deparei com este texto que me chamou a atenção:

"Toda a minha vida quis que as pessoas ouvissem o que tenho a dizer sobre o que acho que tem valor e importância para mim.Foi impossível.Todos os que encontrei só sabiam ver em mim um homossexual. O que eu sentia, sentia desta ou daquela maneira, porque era homossexual. Me falaram o tempo inteiro do meu jeito homossexual; da minha sensibilidade homossexual; de minha história homossexual; do meu sexo homossexual; de minha tendência homossexual. Dos amigos aos analistas todos, todos, só sabiam dizer: “esconda! Mostre!”; “seja homossexual, não seja homossexual”. Muitas vezes pensei, quando encontrava pessoas que ainda não conhecia, em pedir-lhes, como em O fantasma da Ópera, “close your eyes”, olhem através de mim, vejam o que existe e que não é homossexual. Impossível. Acabei cedendo; achei sendo “um homossexual”; “acabei sendo um gay”. Agora, que estou perto de morrer, talvez me deixem em paz. Achei que podia encontrar alguém que me ouvisse falar do que gostei, de quem amei, do que me fez triste, alegre, etc. Por isto te procurei. Vou morrer, já posso deixar de ser homossexual"


(Citação do livro A Face e o Verso de Jurandir Freire Costa. Essa é uma resposta de um rapaz de 32 anos ao ser questionado pelo motivo que o levava ao consultório do autor)

Ainda hoje a homossexualidade permanece como tabu para a sociedade brasileira e mundial. Apesar do caráter aparentemente democrático de nossa sociedade, homossexuais (assim como outros grupos minoritários) encontram dificuldades para viver plenamente suas potencialidades, realizar seus objetivos, sonhos, desejos.

Em Berlim, entre a Primeira Guerra Mundial e a ascensão nazista, os homossexuais encontraram um período de liberdade, podendo ir às ruas, abraçar e beijar seus companheiros e companheiras com maior conforto e dignidade. No entanto, com o desenrolar do regime nazista, foram perseguidos, capturados, presos, torturados, mandados a campos de concentração e assassinados.

Algumas gerações passaram e mesmo com tais regimes totalitários mais distantes – no Brasil temos uma redemocratização recente – os homossexuais permanecem marginalizados, obrigados a viver em guetos, encontrando diversos obstáculos legais, sociais, econômicos, bem como todos os demais problemas inerentes à conjuntura atual de nossa sociedade, tendo como agravante sua condição homossexual extremamente recharçada socialmente.

O Movimento Homossexual (como diversos outros) tão mais fortes e vigorosos algumas décadas atrás em momentos de grande efervescência político-juvenil, não se encontra com a mesma força, tendo seu principal veículo de manifestação política – a Parada Gay -, cada vez mais um caráter carnavalesco, sem garantir um espaço reivindicatório realmente eficiente na luta por uma maior possibilidade de vivência plena e digna da sexualidade.

Afinal, que democracia é esta? Que mundo é este em que vivemos? Quando as vozes daqueles oprimidos pelo sistema, daqueles insatisfeitos com as desigualdades e com as opressões sociais poderão dar volume a suas vozes reivindicatórias?

Quando poderemos abertamente discutir o que é ser homossexual, e talvez nos questionar até onde é realmente necessário tal estereótipo para o ser humano? Quando nos perguntaremos se nosso vizinho está realmente feliz, e até onde podemos contribuir para a garantia da fraternidade, sem tropeçar em pré-requisitos e rótulos?

Certamente não conseguiremos isso recorrendo a analistas, ficando no armário, fechando-se em guetos ou indo brincar, uma vez por ano, na Parada Gay.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Brasília, sangue e estudantes


Brasília é um espaço realmente simbólico de nosso Brasil e dos conflitos sociais mundiais: construída sob sangue de trabalhadores, sob chacinas e crimes até hoje impunes (ver documentário Conterrâneos Velhos de Guerra de Vladimir Carvalho), ainda hoje as atrocidades e violências permanecem ocorrendo o olho nu, às vezes daquela forma que estamos acostumados e insensíveis (a exploração do homem pelo homem) outras de formas que a própria democracia atual de nossa sociedade condena: o abuso da repressão policial feita pelo Estado, contra aqueles que fazem manifestações contra os ataques à própria noção democrática do nosso Estado (!).

Assim, foram surrados diversos estudantes de Brasília, esta semana, deixando o país atônito.
Fico pensando até onde isso representa realmente um abuso momentâneo, excepcional, ou a consolidação de novas práticas repressivas que se tornaram cada vez mais lugar comum no nosso país, propenço a uma nova situação autoritária iminente.

Segue um texto bacana que li a respeito na net:

http://oglobo.globo.com/pais/moreno/posts/2009/12/11/meu-reino-por-um-cavalo-249244.asp

domingo, 4 de outubro de 2009

DEM no DCE da UFPB!

http://www.paraiba.com.br/noticia.shtml?102164

Pois é, vamos parabenizar Lucas Medeiros (DCE UFPB) e Carlos Gomes (IFPB) pelos seus novos passos largos nas suas carreiras políticas!
Afinal, de acordo com o jornalista que fez essa reportagem, Efraim enxergou que:

“antes os jovens universitários tinham as atenções voltadas para os partidos de esquerda”, afirmou. “Hoje não, a juventude está interessada em debater a educação, segurança, reforma universitária, temas que estamos discutindo em nossas universidades"


Afinal de contas, a esquerda não está interessada em discutir educação, segurança, reforma universitária e tudo o mais.

Bom, se eles alcançarem altos cargos, podemos esperar por um avanço em termos de festividades em João Pessoa, pois eles já ganharam uma vasta experiência com as calouradas unificadas da UFPB - que eram apenas mais uma forma de ganhar dinheiro, sem nenhum caráter político ou social.

Viva a essa Paraíba empreendedora! =P

domingo, 27 de setembro de 2009

Atualizando

Muito, muito tempo que não posto.
Na verdade, tenho alguns textos pendentes e espero poder trazê-los para cá o mais brevemente possível.
Bom, tendo em vista a necessidade de me justificar para algum leitor do blog, quero só dizer que a falta de atualização se deve a duas coisas: maior atividade no Movimento Estudantil e trabalho, ou seja: falta de tempo.

Esses tempos deparei-me com a FEMEH (Federação do Movimento Estudantil de História), e parece que ali tem uma boa oportunidade de construir lutas efetivas. Conheci gente do Brasil afora e foi gratificante ver que tem bastante gente interessada em construir um Movimento Estudantil forte e combatente, tendo em vista a preocupação com a transformação social de nosso país.

Além disso, setou dando aula agora em um colégio Estadual ao ensino médio, o que está se configurando numa experiência nova e gratificante para mim. Começo do ano trabalhei com o fundamental em um colégio particular - que foi uma experiência boa, mas conturbada. Mas, agora estou podendo realmente realizar um bom trabalho, e tenho ficado feliz com a participação dos alunos, especialmente por conseguir trabalhar com eles temas transversais através do conteúdo e do Cinema.

Acompanhando alguns debates desenvolvidos na universidade por alguns professores de História (Behar, Solange e Damião), pude levar a eles um debate mais amadurecido (que eu até então não possuía), sobre política de cotas, e me surpreendi com os resultados. Parece que agora estou realmente no caminho certo, construindo alguma coisa que espero que tenha boas repercussões!

Fico por aqui.

=]

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dificuldade de trazer a política ao cotidiano

Por essas e outras que se torna complicado discutir política no país. Ao contrário do que Marx propusera - que os socialistas não tem medo de se posicionar e dizerm abertamente aquilo que defendem - muitos ainda tentam maneiras baixas de elaborar seus discursos. Veja só a situação do que ainda hoje se chama de esquerda na resposta a um texto que li no blog do Itárcio.

Ah, e só deixando bem claro, não sou (ainda) antipetista. Sou contra esse tipo de ação, seja vindo dos puxa-sacos do PT ou de qualquer outro partido. Tenho sérias ressalvas com certos comportamentos da esquerda (a direita não cito porque, bem, é desnecessário - só uma bomba resolve).

====Resposta ao texto publicado no Blog de Itárcio, pelo Gilvan Freitas:====

[Clique aqui para ler o texto do Gilvan Freitas]

Acho interessante que se tente montar uma "mídia alternativa". Mas, acho danoso reproduzir esse discurso populista, personalista que tanto aflige nossa política.

"Falta de tempo é desculpa para quem não método", gostaria que isso fosse dito para o assalariado que tem que trabalhar 8h diárias.

"...porque Lula é muitos. Lula é Dilma.Dilma é o povo" (ótimo, este é o motivo pelo qual devemos eleger Dilma? Ela não está aliada a um partido com programa e compromissos?)

Em vez de reproduzir o discurso alienador personalista, seria bem mais franco e educador mostrar que não se trata de uma pessoa, MAS DE UM PARTIDO, com princípios e idéias.

Para quem tem certa visão da bagaceira que se encontra essa política, esse tipo de texto demonstra apenas uma porcalhagem da esquerda (se é que dá para chamar isso de esquerda).

Sugiro, Gilvan Freitas, que o senhor repense antes de sair postando por aí, lembre-se que alguém paga por esse espaço "gratuito" de internet, esse alguém é o povo que é explorado e não tem acesso a internet tanto quanto a elite e a pequena burguesia. Então, mesmo sendo um espaço "gratuito" (há), a humanidade agradece se tiver mais cuidado com que tipo de discurso reproduzir.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Globo recua (!)

Lendo o Blog do Mello constatei uma postagem que me deixou de orelha em pé acerca da... como diria... da audácia, da esperteza, da visão de águia da Globo.

Post: "Blog do Mello faz Globo Recuar!"

Post: "Ali Kamel defende o copyright, mas precisa se entender com a Infoglobo"


Leia lá sobre o Projeto Eu-Repórter da Globo Organizações que incita as pessoas a compartilharem ou melhor: "transfere à Infoglobo, a título gratuito e por prazo indeterminado, os direitos sobre as obras artísticas, fotográficas, audiovisuais e literárias que tenha encaminhado para o Projeto 'Eu-Repórter'", passando os direitos a Globo e ficando - inclusive - sujeitos a não possuírem mais o direito de publicação daquilo que submeteram (!). Ficando a juízo da globo divulgar, comercializar ou whatever they want to do fazer com o material enviado - sem, claro, quem repassou tal material a ela receber qualquer coisa por isso.

Leia na íntegra no Blog do Mello, nos links acima. Vale muito a pena.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Batepapo

Dado o caráter de "Blog acadêmico" ou "engajado" que quis dar a este blog - e abandono do MolhoShoyu, não escrevi aqui, tampouco em outro lugar, nenhum post de 'conversa de bar'. Mas acho que é chegada a hora.

Ontem, na mesma data, em 1839, nascia Machado de Assis, escritor fluminense que mais gosto. Pensando nisso, lembrei que durante muito tempo meu maior objeto de consumo - e não me condenem por usar essas palavras, já que me coloco como militante marxista - era um livro sobre ele: Machado de Assis Historiador de Sidney Chalhoub, no qual o autor faz uma análise histórica da sociedade brasileira do século XIX a partir dos textos machadianos.
O fato é que, mesmo após longo tempo no curso de História, apenas após entrar para o Movimento Estudantil, surgiu um interesse genuíno de estudar História do Brasil. Até então, minha relação com o passado de nosso país era nebulosa: embora estivesse ao meu redor o tempo todo, mal a reconhecia, ligando-me a ela por certa paixão a Machado e outros escritores de literatura nacional. Certamente o leitor achará (já plagiando a escrita do Pai de Casmurro e Brás Cubas) isso medíocre - e talvez até seja -, mas isso aconteceu e acho que faltava certa maturidade - leiase consciência - para reconhecer certas coisas e surgirem certos interesses. Em resumo: considero que esse fenômeno não é apenas mais um caso de alienação, de mediocridade, or whatever you wanna call it, minha. Isto é antes de mais nada um reflexo de nossa sociedade. Sei que existem milhões de pessoas na mesma situação, mas que nunca terão essa consciência que me surge agora e me faz sentir certo constrangimento.

Tal descoberta não é simples, causa grande embaraço, mas principalmente tristeza, tristeza de ver que nosso país se encontra nessa situação. Às vezes, penso que a entrada no Movimento estudantil, dado o crescimento, em vários aspectos que tive ali, pode ser uma das formas de se abrir para esse mundo político que é tão angustiante, mas ao mesmo tempo fascinante: causa angústia na medida em que reconhecemos o real caráter da sociedade em que vivemos, mas fascinante em pensar que podemos ser agentes de alguma mudança e alcançar um mundo melhor.

Certamente alguém lerá e achará que isso é romantismo, palavras de um jovem deslumbrado com algo que mal conhece e que ainda irá se frustar. E certamente não se pode idealizar demais o Movimento Estudantil, não demorei a aprender isso. Além disso, lutar por mudanças é algo muito dolorido e que nos cansa em diversos momentos - dada as dificuldades monumentais que encontramos. Mas, que fazer quando ficamos diante dessa imobilidade social, dessa alienação nossa ou alheia? Que fazer frente às desigualdades, ao sofrimento humano? Há outra alternativa consciente além de nadar contra essa correnteza?

É muito confortável fecharmos os olhos para os pedintes, para as mortes, para as guerras e para tudo que nos rodeia e seguirmos nossas vidas, preocupados com nossos conflitos individuais, mas é essa a saída que realmente queremos?

Para concluir, não esquecendo o aniversário de nosso maior escritor brasileiro, faço um apelo: leiamos Machado! O que esse grande homem, nascido tão pobre e que ascendeu a burguesia do século XIX, tem a nos dizer sobre nós, sobre o Brasil, sobre a humanidade? Leiamos Machado, aprendamos com seu olhar e linguagem irônicos a manter certo distanciamento dos aparatos sociais, dos rituais que regem nossa apodrecida sociedade. Sejamos estranhos a esta sociedade, sejamos críticos a ela: digamos não à TV, ao Cinema comercial, às propagandas, à História Oficial, ao jornal, e a muito mais - não! - eles não nos representam. Nós não somos o que eles tentam nos convencer. Não há natureza humana imutável e, tampouco, o estilo de vida burguês é algo universal. Neguemos esse universal, esse universal que tentam nos fazer engolir, goela abaixo, sem nenhum tempero ou cozimento, mas com vidro, com gelo e com estrume - tão dilacerantes, frios e fétidos como as idéias e ideologia desses que tentam nos enganar.

domingo, 24 de maio de 2009

Terra de Cegos

O jornalista Roberto D'Avila entrevista o professor, escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

domingo, 10 de maio de 2009

Os filmes comerciais e a pobreza da fórmula

O cinema é uma das artes mais populares do mundo atualmente, e ao mesmo tempo vítima de uma massificação que o torna extremamente pobre. Poucos realmente conhecem essa arte em seus diversos potenciais e matizes, apesar do seu grande uso em todo o mundo.

Filho da sociedade industrial, o cinema é algo recente e ainda em grande experimentação, mas que já tem sua força e diversidade acorrentadas pela tradição de uma estética extremamente repetitiva, galgada em fórmulas pobres e limitadas. O cinema comercial não está preocupado com inovações, com experimentações estéticas ou encorpamento de conteúdo: para ele um filme é apenas mais uma mercadoria como qualquer outra e deve possuir uma forma acessível e vendável. Na perspectiva de que o cinema pode ser bem mais que, por exemplo, aquela velhas narrativas com início, clímax e final de temas batidos e reincidentes de Hollywood - mas não apenas de Hollywood visto que a estética hollywoodiana é repetida em todo o globo - essa limitação estética ata a produção de outros tipos de cinema e, conseqüentemente, a exploração dos potenciais da linguagem cinematográfica.

Essa convenção estética não é apenas ruim no que diz respeito a limitar os aspectos artísticos do cinema. Ela também é uma forma de domínio ideológico. Ao contrário do que a mídia tenta provar o tempo todo, o cinema não é apenas um meio de entretenimento, ele é um instrumento de reprodução de discursos, de idéias, de opiniões, de valores - de uma ideologia. O cinema - seja isso evidente ou não - carrega consigo uma carga política. Ele também constrói a noção do que é aceitável ou não, seja no condicionamento de uma uma narrativa fílmica - ao exemplo das pessoas que veem tanto os filmes organizados com princípio meio e fim, que estranham um filme sem final ou narrado sem linearidade -, ou na reprodução de valores - mostrar o que é certo ou errado, mostrar certos agentes sociais - polícia, comunistas, padres, ladrões, mendigos, prostitutas - com um estereótipo determinado.

Essa massficação leva a um condicionamento estético que acostuma a população com um padrão extremamente simples e didático, restringindo as possibilidades do cinema se desenvolver, mas acima de tudo, de levar as pessoas a questionarem seu contexto social ou o próprio conteúdo fílmico.

Por conseguinte, a pobreza do cinema comercial não é apenas estética, mas também de conteúdo. Refluxo de uma sociedade (de controle) preocupada em manter uma organização, um sistema, que procura inibir, através de padrões, a gama de interpretações, pensamentos, comportamentos ou outras manifestações do homem, pois elas se mostram muito perigosas à manutenção desse sistema.

Essa pobreza que é oferecida ao público em geral - constatada nos filmes oferecidos nos cinemas -, priva a população de outros olhares sobre o filme em sua forma e conteúdo. Na verdade, o que é negado ao público são outras possibilidades de leitura e questionamento!

Fica-se acostumado com fórmulas, soluções práticas, receitas e situações previsíveis, quando a realidade se mostra sempre imprevisível e plural. Contrói-se um mundo de fantasia, uma leitura ilusória do mundo que além de frustrante - pois ela nunca dá conta do real pelos motivos explicitados - permite às forças daqueles que dominam o sistema, manterem sua privilegiada situação.

Concluindo, quero dizer que, na verdade, o cinema comercial é um fenômeno sintomático das relações de poder que sustentam nossa sociedade e que permitem a uma elite não apenas dominar o mercado fílmico mundial, mas alienar uma população que perde este forte veículo de questionamento que pode vir a ser o cinema.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Recomendação de um blog que andei lendo e que achei bem bacana!

http://blogdomello.blogspot.com/

Abaixo o link de uma postagem sobre o fim de uma lei de imprensa importante que afetará a relação da mídia com o público.

http://blogdomello.blogspot.com/2009/05/stf-acaba-com-lei-de-imprensa-liberou.html#blogdomello

No mais, espero atualizar logo este blog, mas infelizmente as atividades no Centro Acadêmico, do colégio que dou aula, das cadeiras da universidade e grupos de estudo estão ocupando por demais meu tempo.
No entanto, em breve farei umas postagens que, na minha estabelecida megalomania, serão promissoras, especialmente no âmbito da educação e cinema.

Até lá!

=]

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ode a Dioniso

A ti ofereço esse humilde sacrifício
Pois humilde também é este teu servo
Ao teu errar infinito
Entoo tua força e divindade!

Mal logro meu,
Meu peito foi violado pelo doce veneno cíprico
Virei escravo de um desejo!

Afrodite, cruel Afrodite, roubou-me meu bem mais amado
Prendeu meu coração
E tirou-me o doce sabor do vinho

Por isso, te peço!
Dá-me novamente o teu sabor sagrado!
Permita-me sentir teu êxtase!
Pemita-me, eu fraco homem, esquecer meus infortúnios mais uma vez

Ó Baco! Deixa-me embriagar no teu culto
Participar dessa vertigem...
Alcançar a catárse dionisíaca!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Palestina X Israel

Lendo um blog que acompanho de Uérique Carlini, vi um texto interessante sobre o Jornalismo Brasileiro e o conflito Israel X Palestina.
O texto fala de uma entrevista na Rede Record sobre o tema, completamente parcial, segundo Uérique, que teria ido ao ar, e outra, posterior e mais esclarescedora, na TV Brasil.
Vale a pena dar uma conferida, segue o link:

Blog Uérique Carlini

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Hipocrisia, Homossexualidade e Educação (parte 01)

Um debate razoavelmente presente na vida do cidadão, hoje, é o da Diversidade Sexual. Mas, esse debate nem sempre é realizado com propriedade e sem preconceitos como as pessoas gostam de pintar. Esse é, ainda, um assunto muito delicado e polêmico o que por si só demonstra quão grande ainda permanece seu status de tabu.

Tomei conhecimento, esta semana, de dois casos que me chamaram a atenção, ambos em âmbito de formação estudantil.

Professor é demitido por apologia à Homossexualidade

O primeiro diz respeito ao caso provavelmente mais conhecido: Márcio Barrios, professor de 25 anos, homossexual, que mostrou a sua turma de alunos de 12 a 14 anos a música "I kissed a Girl" cuja letra fala de uma garota que beijou outra, sendo demitido por "apologia ao homossexualismo e ao álcool".


Segundo a escola, a canção foi vetada porque faz alusão a bebida alcoólica: "Eu fiquei tão corajosa com o drinque na mão/ Perdi minha discrição".

Já o professor diz que a chefia vetou a música pois a letra aborda a homossexualidade -a escola nega. O refrão diz: "Eu beijei uma garota e gostei/ Do gosto de seu batom de cereja".

"Para mim, disseram que não podia por causa do tema e que os pais poderiam reclamar", disse Barrios.


Há quem defenda que a demissão foi devido ao professor ter desrespeitado as orientações da coordenação do colégio. Além disso há o apoio da Secretária de Educação de Brasília à atitude tomada pela direção da escola na voz de José Valente:


"Reflete um comportamento inadequado e, portanto, acabou do jeito que acabou"


"Não interessa a opção de ninguém. Interessa que as pessoas que estão ali com a responsabilidade de educar os nossos jovens, os eduquem de acordo com a educação pedagógica da escola"


E o site Globo.com complementa: "A Secretaria de Educação apoiou a decisão da escola, pois considerou que se tratava de uma apologia do uso de álcool e do homossexualismo".

É interessante como na nossa sociedade o discurso se mantém muito aquém da realidade. Para mim é extremamente óbivio que houve descriminação seja da parte da coordenação do colégio ao da Secretária da Educação. Pior, houve abstenção do nosso governo quanto a um caso legítimo de conflito às recentes leis que protegem o homossexual.

Por outro lado, daí a afirmar - seja na voz do professor ou das fontes que o colocam com esse discurso - que utilizou a música apenas porque ela atendia às necessidades do conteúdo que eles trabalhavam naquele momento - verbos ingleses no passado -, não é verdade, mas sim uma forma do professor se defender da opressão que lhe é imposta. Ora, Márcio é homossexual e tentou fazer uma ponte, uma reflexão em sua aula sobre o tema da Diversidade Sexual através de sua aula. Considero essa atitude muito válida e corajosa, acredito que os textos utilizados na escola, de qualquer disciplina, devam ser utilizados, também, para suscitar debates e reflexões nos alunos. Aprendi muito apenas lendo os textos do livro que utilizava quando estudei inglês e quanto mais interessantes eram tais textos, mais sentia prazer em aprender inglês.

Quanto à apologia ao álcool, acho outro argumento sem verdadeiro fundamento. Apesar de não ter visto nenhum dos sites questionar essa parte do caso, considero que levar uma música que em um trecho fala de alguém que se sentiu corajoso após ingerir álcool não induzirá os alunos à utilizar àlcool tanto quanto diversas propagandas que existem por aí, fazendo alusão ao álcool ou ao exemplo que os mais velhos lhes dão. A escola deveria ter em seu seio essa discussão, quem melhor para discutir álcool e homossexualidade que um educador preparado? Sou contra essa política de fechar a escola em um mundo de debates que não correspondem às inquietudes do mundo real, que é o mundo que de fato vive o estudante.

Agora vem outra parte interessante do caso: o posicionamento da Secretária de Educação que, para mim, foi falho e demagogo em diversos prismas.

Temos um Estado que superficialmente tenta combater a homofobia, mas que na prática está reproduzindo ela. Apesar das leis que foram aprovadas, esse caso demonstra como um homossexual pode continuar sendo discriminado pelo próprio governo, apesar da legislação.
Se ele afirma que não importa a opção de ninguém, eu discordo. O homem é formado por todo seu conjunto, e a ORIENTAÇÃO sexual faz parte disso, e deve ser levada em conta sim, não sejamos hipócritas em achar que isso não influencia na vida do indivíduo. Além do que, o termo é orientação e não opção, as pessoas precisam entender de uma vez por todas que ser homossexual não é uma opção do indivíduo, mas algo inerente a ele. Dessa forma, quem sabe, algum dia a sociedade se liberte de seus preconceitos, achando que é safadeza ou doença.

A questão do álcool eu já coloquei aqui, mas cabe mais ou menos na próxima crítica que farei. Quando o Secretário de Educação fala que o professor deve fazer seu trabalho de acordo com a educação pedagógica da escola e que a função do professor é educar, para mim, ele entra em contradição, pois a política educacional da escola nem sempre, na maioria das vezes, corresponde a essa expectativa. Quando o professor levou corajosamente, mas sem álcool, a questão da homossexualidade e do álcool para a sala de aula, ele estava de fato fazendo seu papel de educador, o qual foi impedido pela escola e pelo governo que demonstraram ser extremamente homofóbicos e hipócritas.

O professor também ia à escola com cabelo colorido e roupas modernas, o que certamente devia causar impacto e discriminação - alguém pode até afirmar que não necessariamente, mas sabemos que isso funciona assim. Ele afirmou que já notava que isso gerava comentários, o que reforça que a atitude da escola foi homofóbica.

Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u505752.shtml
Outro site que utilizei foi o G1, mas não consegui mais voltar ao link da matéria.

Hipocrisia, Homossexualidade e Educação (parte 2)

Nesta segunda parte, ainda no eixo diversidade sexual e educação, abordo, a partir da leitura de um blog de um militante do Movimento Estudantil, Pedro Henrique Tavares, (ME) e de um caso de homofobia que ocorreu na USP.



Em uma festa promovida pelo CA de veterinária o estudante de letras Jarbas Rezende Lima, de 25 anos e seu amigo José Eduardo Góes, de 18 anos, foram expulsos agressivamente, sendo expostos e constrangidos a todos presentes (acenderam as luzes neles e pararam o som antes de colocá-los para fora).

O CA de veterinária afirmou que eles não estavam apenas se beijando, mas com carícias muito explícitas, motivo pelo qual foram expulsos.

Os estudantes prestaram queixa por constrangimento ilegal e lesão corporal na Decradi, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. O fato ocorreu em 29 de agosto de 2008, levando a uma manifestação entitulada de Beijaço que ocorreu no dia 31 do mesmo mês.

É na dicotomia discurso-realidade que podemos identificar como o preconceito está realmente presente no nosso cotidiano. Muitos poderão justificar a atitude do CA de veterinária em um exagero dos dois estudantes. Mas, nunca ouvi falar nem vi, algum casal heterossexual ser exposto ao ridículo ou expulso de algum lugar por estarem com carícias quentes. Não nos dias de hoje e em festa de jovens. Mesmo que eles afirmem que em outras festas gays se beijavam na pista de dança, isso não justifica o que fizeram.

O que chama a atenção nesse caso é a discriminação ter vindo do próprio movimento estudantil. Alguém pode até chamar a atenção para que isso não seja uma atitude necessariamente discriminatória ao homossexual, mas que poderia ocorrer a qualquer um, porém, se se abre espaço para tal afirmação é porque os homossexuais sofrem grande opressão na sociedade. E é estarrecedor saber que tem gente, sim, que acredita que os homossexuais usem a discriminação como artifício para "justificar seus erros" ou que não há preconceito contra eles.

Vale ressaltar que aqui em João Pessoa, ocorreu um caso parecido, quando o estudante de pedagogia Alcemir Freire e seu namorado foram discriminados por uma servidora pública que os chamou de "Anormais e safados", afirmando que "lugar de veado é na mata", gerando, também, uma manifestação de mesmo nome, que ocorreu no hall da reitoria em 04 d edezembro de 2008.

Por isso afirmo que os homossexuais tem, sim, que ocupar mais espaços e levar as discussões sobre diversidade sexual em todas as instituições possíveis, especialmente na família e escola.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"O vídeo a seguir é uma consistente e incômoda lição de como funciona a sociedade de consumo em que nós vivemos, suas condicionantes, implicações e limites." (Ramon, 12/12/2008, http://cadernospublicospessoais.zip.net)

Arco-Íris Híbrido

Hoje, navegando pela internet, resolvi recolocar meu antigo web site no orkut, datado de 2004. Daí, olhando o que tinha lá, encontrei um texto daquela época (09/11/04) que fiz baseado em uma música dos The Pillows: Hybrid Rainbow.

Segue o texto e comentário.


Arco-íris Híbrido

A cidade parece um grande gibi. Vou folheando suas ruas vendo inúmeras cenas. Uma mulher atravessar a rua com seu filho, um garotinho jogando futebol. Mas passando assim rapidamente, observando do lado de dentro dessa janela tudo parece monocromático. Há vida nisso tudo, mas atrás desse vidro se apaga, e mesmo que daqui eu possa assistir a todo esse roteiro de acontecimentos, nada se compara a participar desse grande espetáculo. Como um arco-íris híbrido, uma mistura de todos esses sentimentos, de pessoas, vozes e cores. Mas está tudo tão distante, tão sem cor, tão mecânico.

Qual será a vantagem de saber a verdade do mundo se na realidade não participo dele? Que riquezas possuo sabendo a origem do mar, o futuro de seus peixes, de onde acabarão as montanhas ou até mesmo o futuro de toda a humanidade, se não faço parte disso tudo? É como um filme rodando na minha frente sem pretensão de acabar, afinal, sendo o universo eterno, como um ciclo que vai e vem, e eu como seu único espectador, que assiste toda essa reprise por bilhares de anos, mesmo que os personagens nunca sejam completamente iguais, ainda assim não posso tocar no que vejo, sentir o que sentem, sofrer o que suas lágrimas rolam, rir seus sorrisos, sentir ternura em um abraço que nunca poderei dar.

Ah sim! Mas é mesmo belo todo este arco-íris, mesmo daqui monocromático, ainda assim posso sentir suas cores. Como é lindo esse arco-íris híbrido.

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Fiz apenas uma pequena alteração (fiz um novo parágrafo no final). Lembro que a idéia do texto surgiu de uma imagem na minha cabeça, quando andava de carro, sentindo-me aquém do que se desenrolava lá fora.
Imaginei assim, Deus: em seu carro do tempo, passando por nós, vendo nossas histórias, mas sem interferir nas nossas vidas (na minha concepção do ideário judaico-cristão da época).
Lembro também, que durante algum tempo tive muito desejo de me tornar um escritor. Pretendia ler muito e escrever mais ainda. Mas, sempre que me aproximo da escrita, vejo que não é algo simples. Sinto-me distante desse "sonho". E lendo esse texto, noto que não mudei muito em relação a "produção textual", em imaginação, ou sei lá o quê, talvez ainda esteja com um pé em 2004..

De qualquer forma, acho mesmo muito bonito quem escreve, ou melhor, a literatura.

Aproveitando o ensejo, vou indicar o blog do Harrison - compa do curso de História - cujos textos achei interessantes. [ http://dimorf.blogspot.com/ ]

Em seguida o endereço do meu antigo site e do link de onde peguei meu velho texto.

http://br.geocities.com/last_senshi/

http://br.geocities.com/last_senshi/blog/blog01-texto02.htm

domingo, 25 de janeiro de 2009

Outro vídeo

Filosofia da liberdade


Movimento Estudantil?

Navegando pela net encontrei uma pérola. Tudo bem que muitos concordam que o Movimento Estudantil esteja em crise, considero isso uma realidade. Mas... isso também já é demais!


Aqui seguem os links deste grande passo (para onde?) do Movimento Estudantil: [ Perfil do MEL no orkut ] [ Post com as Propostas: ]

Farei um comentário rápido das propostas que, infelizmente, não será tão eloqüente, ou consistente quanto eu gostaria, visto que isso tudo é muito novo para mim. Mas, nem será tão necessário, dado que o leitor verá pelas propostas o quão, intrigante e interessante é o discurso desse novo segmento do Movimento Social (?).

O texto abaixo são meus comentários rápidos lançados em outra comunidade em que eles postaram um tópico com a proposta deles.

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Propostas do MEL para 2009

Chegamos ao ano de 2009 e temos novas e melhores propostas para nossa universidade e para os alunos da UFRGS.Em 2009 o Movimento Estudantil Liberdade irá defender:

- Flexibilização da legislação trabalhista e da CLT – Para que as condições de trabalho sejam definidas entre patrão e empregado, em acordos individuais sem interferência da Lei;

Retrocesso das LEIS TABALHISTAS? Realmente, é a melhor forma de evitar que os patrões explorem mais os trabalhadores! Vamos levantar essa bandeira!

- Fim da Lei dos Estágios – Estagiário não é empregado, logo, não deve ter os mesmos direitos, prejudicando a iniciativa privada;

Claro! Claro! Conheci estagiários que trabalhavam tanto quanto eu que era empregado com carteira assinada, mas sem ter os benefícios que eu tinha, sendo demitidos com uma mão na frente e outra atrás (sem necessariamente uma boa justificativa). Como o estudante tem que estudar e trabalhar, e as pobres empresas não tem culpa disso, vamos protegê-las ainda mais, negando os benefícios aos estagiários. Claro, os benefícios estudantis e trabalhistas foram conseguidos tão facilmente ao longo da história... Por que valorizá-los tanto, não é?

- Privatização dos Restaurantes Universitários – Universidade é lugar de estudar, não de encher barriga;

Ha ha ha ha ha. Claro, vejo que o pessoal do MEL não vive na universidade que eu vivo, onde uma colega chega a dizer que sugere que deixe de lanchar todos os dias para poder comprar livros. Acho que tais colegas não fazem a contabilização de custos para se manter em uma universidade (xérox, livros, transporte, alimentação). Universidade não é lugar de encher barriga!!!

- Terceirização dos funcionários da UFRGS – Cortes de gastos públicos e maior participação da iniciativa privada na UFRGS;

Claro! Por que não privatizar logo as universidades? Seria mais rápido!

- Fim da Pós-Graduação gratuita – Tal como ocorre hoje com as specializações da UFRGS, os mestrados e doutorados também devem ser pagos, reduzindo os encargos da Universidade com a Pós-Graduação;

Claro! Claro! O mercado de trabalho realmente está promissor para o estudante que sai da universidade. Se muitos precisam do Restaurante Universitário para se manter na graduação, com certeza poderão arcar com o pagamento de uma Pós. Será bom para nós, teremos que lutar para entrar na pós e para nos manternos lá (economica e inntelectualmente).Quer simulado melhor da barbárie que nossos colegas do MEL querem instituir para a sociedade selvagem ?Acho que eles não conhecem casos como de um colega meu que COM MESTRADO, não consegue achar um bom emprego. Desculpe, o MEL é realmente um movimento nacional? Quero dizer, daqui do Brasil?

- Ensino voltado para o empreendedorismo e diminuição do tempo de graduação – Defendemos a graduação de 2 anos, com foco para o mercado de trabalho, com menos aulas teóricas e requisito de estágio obrigatório e não remunerado em todos os currículos da UFRGS.

Bom, essa opção é a melhor de todas. Pelo visto os integrantes do MEL não conhecem (ou conhecem muito bem) as teorias de Marx sobre a alienação do modo de
produção. Fica a dúvida? É desconhecimento ou apologia à alienação?

Não é à toa que no outro tópico que listava integrantes eu não vi nenhum de História ou de outro curso que realmente prepare POLITICAMENTE os universitários. E mesmo que tivesse algum, suas propostas já falam por si.

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Até breve!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Apatia e massacre: nosso século XXI

Dutante muito tempo acreditei que quando o homem detém um maior conhecimento - especialmente nas humanidades - aproximava-se mais das virtudes, da honestidade, da justiça, em um processo natural, pois encontraria ali elementos mais atraentes e benéficos que o estudo lhe propocionaria reconhecer.
No entanto, tenho identificado que isso nada mais era que uma grande ilusão. Não digo que ocorra o contrário - que o conhecimento torne vil o homem -, mas que não existe aquela proporção necessária, e que o conhecimento tem sido muito útil à humanidade na possibilidade dela exibir sua face mais negra.
Imagino que ao ler tais palavras o leitor se lembrará rapidamente do holocausto, dos massacres indígenas ou da escravidão de negros. Esses são, de fato, eventos sombrios, dentre tantos outros, de nossa história, talvez mais conhecidos por tratarem da história européia cujas atrocidades inclusive tendem a ter seu horror atenuado.
Contudo estou falando de eventos recentes que, na realidade, continuam acontecendo. Penso nos massacres israelenses infligidos ao povo palestino e no consentimento internacional, especialmente estadunidense, às ações desproporcionais de Israel que mazelam a Palestina.
Até quando será permitido a Israel matar milhares de civis, a fim de expulsar uma população árabe nativa, construindo um Estado judaico sobre ensangüentado solo?
Espanta-me que ao estudar mais, continue a me surpreender quão vil pode ser a humanidade. Por quanto tempo permitiremos que Israel e os EUA passem por cima dos direitos humanos e repitam tragédias históricas? Nas palavras de Pierre Nora à Magazine Littéraire a afirmação de Marx "da primeira vez tragédia, da segunda farsa": "...a História não cessa de repetir-se, mas antes de ser passada a limpo, ou antes, com uma tinta cada vez mais negra, ela faz uma grande quantidade de borrões, e de cada vez é um pouco mais trágica".¹
Essa questão não é apenas "judaica", tampouco palestina, ela é nossa também. Como podemos, sendo seres humanos dotados de dicernimento e tendo valores morais comuns, compactuar com tal conjuntura? Esperaremos mais mortes?
Diante de tudo isso, entristece-me também a comunidade acadêmica que, como espaço privilegiado de debate, poderia privilegiar mais tais questões políticas tão importantes. Se antes havia com o marxismo certa esperança de dias melhores e mais humanitários, hoje há uma profunda apatia ao sofrimento de nossos iguais em proporcional distanciamento de linhas que tinham tal empatia. Falta, então, à humanidade algum ideal igualitário consistente? Relativiza-se tanto que não se busca mais, talvez, um Bem comum.
Esta é uma das principais razões que me fazem continuar a admirar àqueles que se engajam em movimentos sociais, sofrendo, muitas vezes, do olhar de desdém da grande maioria da nossa sociedade tão despolitizada, pois ao menos estão fazendo algo, mesmo que pequeno, pela mudança.
Assim também o é esse pequeno texto: um manifesto de um anseio por mudanças!

¹Nova História; trad. Ana Maria Bessa. Edições 70, 1991.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Links!

Navegando na net este sábado encontrei muita coisa bacana.

[2° maior genocídio do século XX - http://plural.motime.com/post/709218?386#comment-849124 ]

Artigo do Marco Aurélio Torres Antunes sobre este momento importante da história do século XX. Claro, elucidativo e com bons links de referência.


[Blogs do Além - http://www.blogsdoalem.com.br/ ]

Blogs de Hitler, da Vinci até Nostradamus (com previsões para 2009!), imperdível.