domingo, 8 de fevereiro de 2009

Arco-Íris Híbrido

Hoje, navegando pela internet, resolvi recolocar meu antigo web site no orkut, datado de 2004. Daí, olhando o que tinha lá, encontrei um texto daquela época (09/11/04) que fiz baseado em uma música dos The Pillows: Hybrid Rainbow.

Segue o texto e comentário.


Arco-íris Híbrido

A cidade parece um grande gibi. Vou folheando suas ruas vendo inúmeras cenas. Uma mulher atravessar a rua com seu filho, um garotinho jogando futebol. Mas passando assim rapidamente, observando do lado de dentro dessa janela tudo parece monocromático. Há vida nisso tudo, mas atrás desse vidro se apaga, e mesmo que daqui eu possa assistir a todo esse roteiro de acontecimentos, nada se compara a participar desse grande espetáculo. Como um arco-íris híbrido, uma mistura de todos esses sentimentos, de pessoas, vozes e cores. Mas está tudo tão distante, tão sem cor, tão mecânico.

Qual será a vantagem de saber a verdade do mundo se na realidade não participo dele? Que riquezas possuo sabendo a origem do mar, o futuro de seus peixes, de onde acabarão as montanhas ou até mesmo o futuro de toda a humanidade, se não faço parte disso tudo? É como um filme rodando na minha frente sem pretensão de acabar, afinal, sendo o universo eterno, como um ciclo que vai e vem, e eu como seu único espectador, que assiste toda essa reprise por bilhares de anos, mesmo que os personagens nunca sejam completamente iguais, ainda assim não posso tocar no que vejo, sentir o que sentem, sofrer o que suas lágrimas rolam, rir seus sorrisos, sentir ternura em um abraço que nunca poderei dar.

Ah sim! Mas é mesmo belo todo este arco-íris, mesmo daqui monocromático, ainda assim posso sentir suas cores. Como é lindo esse arco-íris híbrido.

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Fiz apenas uma pequena alteração (fiz um novo parágrafo no final). Lembro que a idéia do texto surgiu de uma imagem na minha cabeça, quando andava de carro, sentindo-me aquém do que se desenrolava lá fora.
Imaginei assim, Deus: em seu carro do tempo, passando por nós, vendo nossas histórias, mas sem interferir nas nossas vidas (na minha concepção do ideário judaico-cristão da época).
Lembro também, que durante algum tempo tive muito desejo de me tornar um escritor. Pretendia ler muito e escrever mais ainda. Mas, sempre que me aproximo da escrita, vejo que não é algo simples. Sinto-me distante desse "sonho". E lendo esse texto, noto que não mudei muito em relação a "produção textual", em imaginação, ou sei lá o quê, talvez ainda esteja com um pé em 2004..

De qualquer forma, acho mesmo muito bonito quem escreve, ou melhor, a literatura.

Aproveitando o ensejo, vou indicar o blog do Harrison - compa do curso de História - cujos textos achei interessantes. [ http://dimorf.blogspot.com/ ]

Em seguida o endereço do meu antigo site e do link de onde peguei meu velho texto.

http://br.geocities.com/last_senshi/

http://br.geocities.com/last_senshi/blog/blog01-texto02.htm

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