domingo, 24 de maio de 2009

Terra de Cegos

O jornalista Roberto D'Avila entrevista o professor, escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

domingo, 10 de maio de 2009

Os filmes comerciais e a pobreza da fórmula

O cinema é uma das artes mais populares do mundo atualmente, e ao mesmo tempo vítima de uma massificação que o torna extremamente pobre. Poucos realmente conhecem essa arte em seus diversos potenciais e matizes, apesar do seu grande uso em todo o mundo.

Filho da sociedade industrial, o cinema é algo recente e ainda em grande experimentação, mas que já tem sua força e diversidade acorrentadas pela tradição de uma estética extremamente repetitiva, galgada em fórmulas pobres e limitadas. O cinema comercial não está preocupado com inovações, com experimentações estéticas ou encorpamento de conteúdo: para ele um filme é apenas mais uma mercadoria como qualquer outra e deve possuir uma forma acessível e vendável. Na perspectiva de que o cinema pode ser bem mais que, por exemplo, aquela velhas narrativas com início, clímax e final de temas batidos e reincidentes de Hollywood - mas não apenas de Hollywood visto que a estética hollywoodiana é repetida em todo o globo - essa limitação estética ata a produção de outros tipos de cinema e, conseqüentemente, a exploração dos potenciais da linguagem cinematográfica.

Essa convenção estética não é apenas ruim no que diz respeito a limitar os aspectos artísticos do cinema. Ela também é uma forma de domínio ideológico. Ao contrário do que a mídia tenta provar o tempo todo, o cinema não é apenas um meio de entretenimento, ele é um instrumento de reprodução de discursos, de idéias, de opiniões, de valores - de uma ideologia. O cinema - seja isso evidente ou não - carrega consigo uma carga política. Ele também constrói a noção do que é aceitável ou não, seja no condicionamento de uma uma narrativa fílmica - ao exemplo das pessoas que veem tanto os filmes organizados com princípio meio e fim, que estranham um filme sem final ou narrado sem linearidade -, ou na reprodução de valores - mostrar o que é certo ou errado, mostrar certos agentes sociais - polícia, comunistas, padres, ladrões, mendigos, prostitutas - com um estereótipo determinado.

Essa massficação leva a um condicionamento estético que acostuma a população com um padrão extremamente simples e didático, restringindo as possibilidades do cinema se desenvolver, mas acima de tudo, de levar as pessoas a questionarem seu contexto social ou o próprio conteúdo fílmico.

Por conseguinte, a pobreza do cinema comercial não é apenas estética, mas também de conteúdo. Refluxo de uma sociedade (de controle) preocupada em manter uma organização, um sistema, que procura inibir, através de padrões, a gama de interpretações, pensamentos, comportamentos ou outras manifestações do homem, pois elas se mostram muito perigosas à manutenção desse sistema.

Essa pobreza que é oferecida ao público em geral - constatada nos filmes oferecidos nos cinemas -, priva a população de outros olhares sobre o filme em sua forma e conteúdo. Na verdade, o que é negado ao público são outras possibilidades de leitura e questionamento!

Fica-se acostumado com fórmulas, soluções práticas, receitas e situações previsíveis, quando a realidade se mostra sempre imprevisível e plural. Contrói-se um mundo de fantasia, uma leitura ilusória do mundo que além de frustrante - pois ela nunca dá conta do real pelos motivos explicitados - permite às forças daqueles que dominam o sistema, manterem sua privilegiada situação.

Concluindo, quero dizer que, na verdade, o cinema comercial é um fenômeno sintomático das relações de poder que sustentam nossa sociedade e que permitem a uma elite não apenas dominar o mercado fílmico mundial, mas alienar uma população que perde este forte veículo de questionamento que pode vir a ser o cinema.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Recomendação de um blog que andei lendo e que achei bem bacana!

http://blogdomello.blogspot.com/

Abaixo o link de uma postagem sobre o fim de uma lei de imprensa importante que afetará a relação da mídia com o público.

http://blogdomello.blogspot.com/2009/05/stf-acaba-com-lei-de-imprensa-liberou.html#blogdomello

No mais, espero atualizar logo este blog, mas infelizmente as atividades no Centro Acadêmico, do colégio que dou aula, das cadeiras da universidade e grupos de estudo estão ocupando por demais meu tempo.
No entanto, em breve farei umas postagens que, na minha estabelecida megalomania, serão promissoras, especialmente no âmbito da educação e cinema.

Até lá!

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