Ultimamente não são poucas minhas decepções com as relações político-afetivas no Movimento Estudantil. A racionalidade proveniente das relações políticas gera pessoas que elevam suas relações afetivas a uma dimensão negra e pegajosa.
Não suporto mais as pessoas que se entreolham por divergências políticas, enquanto não veem as confluências mais essenciais, especialmente a de serem todos seres humanos sujeitos a erros e vacilos. Ao contrário, vejo, na esquerda, uma desunião por métodos, enquanto não veêm que na essência, no principal são todos em geral partidários das mudanças sociais que defendem: o combate a opressão, sociedade realmente igualitária e democrática, isso tudo para que as pessoas possam ser mais felizes.
Bom, nesse cenário de frustração e decepção, olho a imagem da musa que mora na minha mente e sonhos há anos. Da pessoa que talvez tenha mais amado na vida, talvez pelo mesmo motivo de ter sido esse amor tão platônico em sua maior parte do tempo.
A vida nos separou e tentou a todo custo retirar esse gostar de meu peito, mas não consigo deixar de sentir tamanha ternura pela imagem amada.
Sinto que esse gostar é uma nostalgia que carece de explicação e que me remete a alguma coisa morna e carinhosa que nunca senti em outros braços que não os dela. Não sei direito, mas gera um misto de saudade, dor e de tranqüilidade que em um mundo de tanta sujeira, encontrei coisa tão bela!
Hoje assisti o último filme que saiu sobre Woodstock, e fiquei extasiado com a visão do que foi o sonho do movimento Hippie. Ao assistir tudo aquilo deu uma vontade de apenas... relaxar e ser feliz curtindo a presença dos semelhantes, dos amigos, da família, etc. Talvez por isso fiquei mais sensível aos apelos do passado.
Mas, o que queria expressar era essa gratidão, gratidão por esse sentimento bonito que essa lembrança me traz e que espero que mais que mera embrança, um dia possa transfigurar em abraço essa ternura.
No dia que a política conseguir abandonar uma falsa e suposta racionalidade completa, e entender essa dimensão doce e presente de nossa afetividade, quem sabe a gente consiga fazer movimentos sociais que se pautem humanos, pela sua mera humanidade, e não exclusivamente por suposta racionalidade...
=)
terça-feira, 24 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
domingo, 25 de julho de 2010
De olhos bem fechados - RASCUNHO DE UMA CRíTICA
Somos seres sociais e no desenvolvimento de nossa cultura, transformamos nossos atos mais banais em verdadeiros rituais cheios de significados, elevando elementos banais e cotidianos a um status simbólico.
Assim, uma simples cadeira passa da sua significação original-material imediata de um amontoado de madeira para um objeto com função - proporcionar conforto, descanso -, com espaço adequado e valores - bonita, velha, adequada para um ambiente, etc. Da mesma forma, essa significação ultrapassa as relações com aos objetos materiais, alcançando nossa relações sociais: atribuímos valores, funções e estabelecemos ritos - burocratizamos! - nossas relações pessoais, sociais, afetivas. Assim, um beijo no rosto ou na testa tẽm significados diferentes e momentos adequados - que podem ir além do simples desejo de fazê-lo. O sexo ganha uma dimensão boa, suja, proibida, liberada, a virgindade um momento de passagem de um processo de desenvolvimento físico e emocional, etc.
Nesse contexto de burocratização das relações, de valores e significações, símbolos e padrões, para não falar em neurose generalizada ou utilizar o conceito de sociedade do controle de Foucault ou Deleuze, temos a fantástica última obra cinematográfica de Stanley Kubrick: De Olhos Bem Fechados.
Eyes Wide Shut (1999) no original, direção do referido Kubrick, atuação fantástica de Nicole Kidman e Tom Cruise interpretando este Dr. William Harford - um bem sucedido médico americano - e aquela sua esposa , Alice Harford, uma mulher atraente e sensual, que vive uma vida comum e familiar com a filha do casal: Helena.
A partir desse panorama, desenvolve-se uma trama de sedução, ciúmes, mentiras e muitos revezes problematizando as relações familiares e de gênero em uma sociedade burguesas, na qual a aparência supera a essência, escravizando os indivíduos através de seus papéis sociais, ou seja, a já citada cultura e seus ritos tão caras ao nosso desenvolvimento, agora em um contexto de valores de vida burgueses e cada vez mais globalizados, assumem uma dimensão determinada, em que os ritos ganham uma dimensão tão importante, conseguindo suplantar - para o indivíduo - sua origem, sua necessidade real, havendo uma alienação das relações sociais, uma (des)significação dos ritos que agora cumprem um papel opressor ao indivíduo.
Assim, um casal bem sucedido (profissional e financeiramente) como aquele apresentado pelos protagonistas, assumem um estilo de vida onde seu casamento extrapola aquilo que deveria ser sua função inicial: a união de dois indivíduos que se amam, para uma relação de dependência que, na fala de um personagem, o grande sucesso do casamento é conseguir tornar a necessidade do outro uma necessidade individual.
Mas, essa crítica contundente e ácida não seria a mesma sem a direção surpreendente de Stanley Kubrick: ele consegue nos guiar e seduzir durante uma narrativa sensual, aterrorizante e inusitada que nos cativa, comove, assusta, aterroriza, a partir das situações mais inusitadas em episódios que ganham uma dimensão tão grande que extrapolam seu espaço narrativo, muito embora ao mesmo tempo sejam um elemento de uma narrativa maior que compõe uma mensagem que reúne desde um diálogo dramático entre o casal, tentativas de sedução em uma festa, perseguições, morte, rituais sexuais excêntricos e aterrorizantes, em uma crítica única aquilo que representa a família burguesa na nossa sociedade atual.
Ao voltarem de uma festa em que ambos passam por situações de sedução extra-conjugal, Alice e Wllliam tem uma discussão pesada e reveladora sobre seu casamento: Alice através da revelação de uma fantasia erótica do passado põe em cheque a idéia (representação) das mulheres machista de seu marido. William diz que o importante para as mulheres é a estabilidade e o lar, atribuindo o fato de nunca ter ciúmes de sua mulher a uma confiança fálica no seu papel masculino na relação. Alice ao revelar sua fantasia, mostra-se como uma mulher que deseja muito além do que a idéia limitada e machista do médico sobre as mulheres pode conceber, esmigalhando uma segurança de seu casamento que se baseava em uma relação de superioridade masculina a sua mulher (e toda as outras).
A partir daí, William sai de seu apartamento, a fim de ir visitar a família de um paciente seu recém-falecido, e vagueia pela cidade encontrando diversas mulheres nas mais diversas situações: todas são mais fortes e tem um papel ativo e preponderante que inferioriza o patético Dr. William: seja na forma de uma prostituta que oferece o corpo ao Doutor, mas em domínio de toda a situação, em um gozo não realizado pelo telefonema de Alice; de uma mulher que salva o médico de uma humilhação ou morte em uma estranho e inusitado ritual erótico, dentre outros.
O Dr. William termina por concluir seu itinerário de choques e conflitos que lhe escapam o domínio no quarto de sua esposa, chorando aos pés dela, contando tudo que passara, como um filho que corre para sua mãe. Se Nicole Kidman já contrasta desde o início com o Tom Cruise pela altura diferenciada e superior, a narrativa reafirma essa superioridade. Temos um ciclo de (re)conhecimento da não superioridade masculina e do desejo e força feminina que esmaga uma segurança masculina baseada em uma discriminação de gênero.
Ao final, ficando patente os papéis diferentes e de interesses antagônicos a relação institucionalizada pelo casal (o casamento), a conclusão é a permanência na relação, mantendo-se uma relação que se baseia na manutenção de uma instituição já falida.
Essa relação é reforçada por diversos momentos do filme, como do estabelecimento em que o Dr. William compra uma fantasia, a fim de participar do estranho ritual em uma loja na madrugada americana: lá encontra uma menina desequilibrada e nova em relação com dois homens extremamente mais velhos, com a indignação violenta de seu pai (o dono do estabelecimento). No outro dia, quando ele vai devolver a fantasia, apesar de todo o estardalhaço da noite, saem todos os três em comunhão, ao que o Dr. se revolta e reclama com o dono do estabelecimento que diz que tudo foi resolvido através do concílio do dinheiro.
A filha do dono do estabelecimento é mostrada como uma mulher sedutora e firme. No final das o dinheiro - a venda da filha aos dois japoneses da noite anterior -, institucionaliza - legitima, torna menos impuro - uma relação que era imoral antes através do pagamento. É uma crítica pesada às relações capitalistas em que a economia dos valores simbolicamente construídos ganham uma dimensão hipócrita e demagoga. Muito embora ela choque no momento William, é na verdade, o reflexo de sua crença anterior e machista, de relações que se baseiam em segurança material, é a permanência das aparências e da vida socialmente aceita que alicerça seu casamento.
Assim, o fantástico filme do Kubrick consegue através de imagens belas e envolventes, trilha sonora que entra no mais fundo da mente causando as mais diferentes emoções, realiza uma crítica ampla e contundente aos valores falidos de uma sociedade que o século XX não conseguiu fazer falir, legitimando a neurose e alienação de muitos.
Assim, uma simples cadeira passa da sua significação original-material imediata de um amontoado de madeira para um objeto com função - proporcionar conforto, descanso -, com espaço adequado e valores - bonita, velha, adequada para um ambiente, etc. Da mesma forma, essa significação ultrapassa as relações com aos objetos materiais, alcançando nossa relações sociais: atribuímos valores, funções e estabelecemos ritos - burocratizamos! - nossas relações pessoais, sociais, afetivas. Assim, um beijo no rosto ou na testa tẽm significados diferentes e momentos adequados - que podem ir além do simples desejo de fazê-lo. O sexo ganha uma dimensão boa, suja, proibida, liberada, a virgindade um momento de passagem de um processo de desenvolvimento físico e emocional, etc.
Nesse contexto de burocratização das relações, de valores e significações, símbolos e padrões, para não falar em neurose generalizada ou utilizar o conceito de sociedade do controle de Foucault ou Deleuze, temos a fantástica última obra cinematográfica de Stanley Kubrick: De Olhos Bem Fechados.
Eyes Wide Shut (1999) no original, direção do referido Kubrick, atuação fantástica de Nicole Kidman e Tom Cruise interpretando este Dr. William Harford - um bem sucedido médico americano - e aquela sua esposa , Alice Harford, uma mulher atraente e sensual, que vive uma vida comum e familiar com a filha do casal: Helena.
A partir desse panorama, desenvolve-se uma trama de sedução, ciúmes, mentiras e muitos revezes problematizando as relações familiares e de gênero em uma sociedade burguesas, na qual a aparência supera a essência, escravizando os indivíduos através de seus papéis sociais, ou seja, a já citada cultura e seus ritos tão caras ao nosso desenvolvimento, agora em um contexto de valores de vida burgueses e cada vez mais globalizados, assumem uma dimensão determinada, em que os ritos ganham uma dimensão tão importante, conseguindo suplantar - para o indivíduo - sua origem, sua necessidade real, havendo uma alienação das relações sociais, uma (des)significação dos ritos que agora cumprem um papel opressor ao indivíduo.
Assim, um casal bem sucedido (profissional e financeiramente) como aquele apresentado pelos protagonistas, assumem um estilo de vida onde seu casamento extrapola aquilo que deveria ser sua função inicial: a união de dois indivíduos que se amam, para uma relação de dependência que, na fala de um personagem, o grande sucesso do casamento é conseguir tornar a necessidade do outro uma necessidade individual.
Mas, essa crítica contundente e ácida não seria a mesma sem a direção surpreendente de Stanley Kubrick: ele consegue nos guiar e seduzir durante uma narrativa sensual, aterrorizante e inusitada que nos cativa, comove, assusta, aterroriza, a partir das situações mais inusitadas em episódios que ganham uma dimensão tão grande que extrapolam seu espaço narrativo, muito embora ao mesmo tempo sejam um elemento de uma narrativa maior que compõe uma mensagem que reúne desde um diálogo dramático entre o casal, tentativas de sedução em uma festa, perseguições, morte, rituais sexuais excêntricos e aterrorizantes, em uma crítica única aquilo que representa a família burguesa na nossa sociedade atual.
Ao voltarem de uma festa em que ambos passam por situações de sedução extra-conjugal, Alice e Wllliam tem uma discussão pesada e reveladora sobre seu casamento: Alice através da revelação de uma fantasia erótica do passado põe em cheque a idéia (representação) das mulheres machista de seu marido. William diz que o importante para as mulheres é a estabilidade e o lar, atribuindo o fato de nunca ter ciúmes de sua mulher a uma confiança fálica no seu papel masculino na relação. Alice ao revelar sua fantasia, mostra-se como uma mulher que deseja muito além do que a idéia limitada e machista do médico sobre as mulheres pode conceber, esmigalhando uma segurança de seu casamento que se baseava em uma relação de superioridade masculina a sua mulher (e toda as outras).
A partir daí, William sai de seu apartamento, a fim de ir visitar a família de um paciente seu recém-falecido, e vagueia pela cidade encontrando diversas mulheres nas mais diversas situações: todas são mais fortes e tem um papel ativo e preponderante que inferioriza o patético Dr. William: seja na forma de uma prostituta que oferece o corpo ao Doutor, mas em domínio de toda a situação, em um gozo não realizado pelo telefonema de Alice; de uma mulher que salva o médico de uma humilhação ou morte em uma estranho e inusitado ritual erótico, dentre outros.
O Dr. William termina por concluir seu itinerário de choques e conflitos que lhe escapam o domínio no quarto de sua esposa, chorando aos pés dela, contando tudo que passara, como um filho que corre para sua mãe. Se Nicole Kidman já contrasta desde o início com o Tom Cruise pela altura diferenciada e superior, a narrativa reafirma essa superioridade. Temos um ciclo de (re)conhecimento da não superioridade masculina e do desejo e força feminina que esmaga uma segurança masculina baseada em uma discriminação de gênero.
Ao final, ficando patente os papéis diferentes e de interesses antagônicos a relação institucionalizada pelo casal (o casamento), a conclusão é a permanência na relação, mantendo-se uma relação que se baseia na manutenção de uma instituição já falida.
Essa relação é reforçada por diversos momentos do filme, como do estabelecimento em que o Dr. William compra uma fantasia, a fim de participar do estranho ritual em uma loja na madrugada americana: lá encontra uma menina desequilibrada e nova em relação com dois homens extremamente mais velhos, com a indignação violenta de seu pai (o dono do estabelecimento). No outro dia, quando ele vai devolver a fantasia, apesar de todo o estardalhaço da noite, saem todos os três em comunhão, ao que o Dr. se revolta e reclama com o dono do estabelecimento que diz que tudo foi resolvido através do concílio do dinheiro.
A filha do dono do estabelecimento é mostrada como uma mulher sedutora e firme. No final das o dinheiro - a venda da filha aos dois japoneses da noite anterior -, institucionaliza - legitima, torna menos impuro - uma relação que era imoral antes através do pagamento. É uma crítica pesada às relações capitalistas em que a economia dos valores simbolicamente construídos ganham uma dimensão hipócrita e demagoga. Muito embora ela choque no momento William, é na verdade, o reflexo de sua crença anterior e machista, de relações que se baseiam em segurança material, é a permanência das aparências e da vida socialmente aceita que alicerça seu casamento.
Assim, o fantástico filme do Kubrick consegue através de imagens belas e envolventes, trilha sonora que entra no mais fundo da mente causando as mais diferentes emoções, realiza uma crítica ampla e contundente aos valores falidos de uma sociedade que o século XX não conseguiu fazer falir, legitimando a neurose e alienação de muitos.
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Este texto é um rascunho temporário de uma crítica que voltarei a escrever.
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cinema
sábado, 17 de julho de 2010
Aquilo que nos compete
O coração e a boca vermelhos-magma
E se o Céu suava
Aquele frio os esquentava
Caminhavam longa e pausadamente
E se no horizonte, não surgia o eternamente
É porque vivíamos apenas o finitamente
Quando Baco transformou a uva em vinho
Fez-se entre os homens enorme burburinho
Anúncio de futuros carnavais
E da mistura de dor, da paixão e da alegria
Surgiu o Brasil de folia
Compaixão dos deuses à nossa realidade
Deixemos, então, essa nobre-pobre tropicalidade
entoar seu culto donisíaco
Sejamos apaixonados, loucos
Lúcidas, bacânticas
Santos e maníacos
Oh, Brasil de brasileiros
Paraíba de damas e cavalheiros
Sejamos aquilo que nos compete ser!
--------
Ainda há pouco, meio que de improviso...
E se o Céu suava
Aquele frio os esquentava
Caminhavam longa e pausadamente
E se no horizonte, não surgia o eternamente
É porque vivíamos apenas o finitamente
Quando Baco transformou a uva em vinho
Fez-se entre os homens enorme burburinho
Anúncio de futuros carnavais
E da mistura de dor, da paixão e da alegria
Surgiu o Brasil de folia
Compaixão dos deuses à nossa realidade
Deixemos, então, essa nobre-pobre tropicalidade
entoar seu culto donisíaco
Sejamos apaixonados, loucos
Lúcidas, bacânticas
Santos e maníacos
Oh, Brasil de brasileiros
Paraíba de damas e cavalheiros
Sejamos aquilo que nos compete ser!
--------
Ainda há pouco, meio que de improviso...
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domingo, 11 de julho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Semestre corrido, mas Virado!
Esse semestre está extremamente corrido, entrei em muitas atividades, e às vezes fico pensando que não sobreviverei às semanas que virão. No entanto, conforta saber que as atividades valem a pena e que muita coisa está por vir seja a nível acadêmico, político ou mesmo afetivo.
Assim, queria chamar atenção para um evento da semana passada que marca uma virada na situação política da UFPB desde que entrei no Movimento Estudantil: nós da chapa VIRAMUNDO ganhamos as eleições para o DCE/UFPB 2010.
Essa chapa montou-se sob ampla frente de esquerda que aglutinou diversos estudantes indepentes - como eu -, e outros organizados em coletivos como o Levante, ANE-L, CONJUNTO ou em partidos como PSTU, PCR, Consulta Popular, e até o PT (embora bem minoritário).
O caráter da chapa é de unidade, o que achei um grande avanço na situação política daqui, que desde Dezembro de 2008 não via tamanha unificação das lutas. É bom participar de reuniões grandes, com opiniões diversas e vendo muita vontade de mudar a situação da UFPB e da educação brasileira - e da sociedade em geral - nos rostos dos militantes do movimento, isso estimula demais, especialmente em um momento em que o tamanho marasmo do ME me tentava a abandonar esse método de luta.
Espero que essa página não seja apenas virada, mas que o ViraMundo, revire a universidade como um todo, ou seja: realize formações, eventos, integre os estudantes da UFPB, seus cursos, CA's e as lutas; que paute o combate as opressões, que defenda à universidade pública, ma que vá além das lutas essencialmente políticas, também discutindo a academia; que garanta tratamento adequado aos arquivos da entidade que se encontram há muito abandonados, que pressione a reitoria a utilizar bem as verbas, que exponha as má utilizações de recursos na UFPB. Ou seja, há muita coisa ainda para se fazer e discutir... É uma jornada longa, que precisa de muito trabalho e que espero que essa unidade forneça o pique que precisamos para realizar um bom exercício político no Diretório Central dos Estudantes.
Estou bem otimista e feliz com as ações da ANE-L, Levante e Conjunto especialmente.
Vamos ver qual será o futuro dessa chapa... Semestre que vem, mudarei um pouco os planos para tentar contribuir melhor com esse processo... Esperança, acho que é bem esse o sentimento atual.
Até breve!
Assim, queria chamar atenção para um evento da semana passada que marca uma virada na situação política da UFPB desde que entrei no Movimento Estudantil: nós da chapa VIRAMUNDO ganhamos as eleições para o DCE/UFPB 2010.
Essa chapa montou-se sob ampla frente de esquerda que aglutinou diversos estudantes indepentes - como eu -, e outros organizados em coletivos como o Levante, ANE-L, CONJUNTO ou em partidos como PSTU, PCR, Consulta Popular, e até o PT (embora bem minoritário).
O caráter da chapa é de unidade, o que achei um grande avanço na situação política daqui, que desde Dezembro de 2008 não via tamanha unificação das lutas. É bom participar de reuniões grandes, com opiniões diversas e vendo muita vontade de mudar a situação da UFPB e da educação brasileira - e da sociedade em geral - nos rostos dos militantes do movimento, isso estimula demais, especialmente em um momento em que o tamanho marasmo do ME me tentava a abandonar esse método de luta.
Espero que essa página não seja apenas virada, mas que o ViraMundo, revire a universidade como um todo, ou seja: realize formações, eventos, integre os estudantes da UFPB, seus cursos, CA's e as lutas; que paute o combate as opressões, que defenda à universidade pública, ma que vá além das lutas essencialmente políticas, também discutindo a academia; que garanta tratamento adequado aos arquivos da entidade que se encontram há muito abandonados, que pressione a reitoria a utilizar bem as verbas, que exponha as má utilizações de recursos na UFPB. Ou seja, há muita coisa ainda para se fazer e discutir... É uma jornada longa, que precisa de muito trabalho e que espero que essa unidade forneça o pique que precisamos para realizar um bom exercício político no Diretório Central dos Estudantes.
Estou bem otimista e feliz com as ações da ANE-L, Levante e Conjunto especialmente.
Vamos ver qual será o futuro dessa chapa... Semestre que vem, mudarei um pouco os planos para tentar contribuir melhor com esse processo... Esperança, acho que é bem esse o sentimento atual.
Até breve!
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terça-feira, 25 de maio de 2010
Negra é discriminada e leva chutes na UFPB
E-mail recebido da Prof. Solange Rocha da UFPB, militante do Movimento Negro:
25 de Maio de 2010
“Chamar só de negro safado não é crime”, diz delegada da Paraíba sobre racismo
A delegada da 4ª Delegacia Distrital de João Pessoa, Juvanira Holanda, afirmou que o acusado de agredir uma estudante africana a chutes dentro da Universidade Federal da Paraíba e cometer ato de preconceito contra a estrangeira não responderá por racismo nem por lesão corporal. O vendedor de cartões de crédito está sendo investigado apenas por injúria e vias de fato. Para a delegada, chamar uma pessoa de negro não configura crime de racismo e chutar o abdômen não é lesão corporal. Segundo a delegada, uma testemunha afirmou que o acusado disse "pega essa negra-cão" durante a confusão que se formou no campus, quando a estudante foi tomar satisfação com o vendedor de cartões por um gesto obsceno que ele teria feito para ela.
- Não houve racismo. Para caracterizar racismo tem que ter uma série de coisas. Não é só chegar e falar "sua branca", "seu negro" ou "seu negro safado". Só caracteriza racismo quando, por exemplo, você impede o acesso de um negro a educação - afirmou a delegada.
De acordo com a delegada, o acusado negou ter chamado a estudante de negra, pois ele também diz ser negro. O vendedor afirma que a estudante o empurrou e correu atrás dele.
- O que houve foi uma discussão simples - disse a delegada.
Juvanira Holanda afirmou que a estudante foi internada no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena devido a seu estado emocional.
Para saber da repercussão local ver http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100525121236&cat=brasil&keys=chamar-so-negro-safado-nao-crime-delegada-paraiba-sobre-racismo
Repercussão Nacional ver http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/05/25/chamar-so-de-negro-safado-nao-crime-diz-delegada-da-paraiba-916683695.asp
-----------------------------------
Espero que a UFPB tome as devidas medidas sobre o assunto - quanto a nós estudantes, nós tomaremos as nossas. É lamentável o ato racista, mas mais lamentável ainda foi a resposta da delegada. Devemos romper de uma vez por todas com as opressões.
25 de Maio de 2010
“Chamar só de negro safado não é crime”, diz delegada da Paraíba sobre racismo
A delegada da 4ª Delegacia Distrital de João Pessoa, Juvanira Holanda, afirmou que o acusado de agredir uma estudante africana a chutes dentro da Universidade Federal da Paraíba e cometer ato de preconceito contra a estrangeira não responderá por racismo nem por lesão corporal. O vendedor de cartões de crédito está sendo investigado apenas por injúria e vias de fato. Para a delegada, chamar uma pessoa de negro não configura crime de racismo e chutar o abdômen não é lesão corporal. Segundo a delegada, uma testemunha afirmou que o acusado disse "pega essa negra-cão" durante a confusão que se formou no campus, quando a estudante foi tomar satisfação com o vendedor de cartões por um gesto obsceno que ele teria feito para ela.
- Não houve racismo. Para caracterizar racismo tem que ter uma série de coisas. Não é só chegar e falar "sua branca", "seu negro" ou "seu negro safado". Só caracteriza racismo quando, por exemplo, você impede o acesso de um negro a educação - afirmou a delegada.
De acordo com a delegada, o acusado negou ter chamado a estudante de negra, pois ele também diz ser negro. O vendedor afirma que a estudante o empurrou e correu atrás dele.
- O que houve foi uma discussão simples - disse a delegada.
Juvanira Holanda afirmou que a estudante foi internada no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena devido a seu estado emocional.
Para saber da repercussão local ver http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20100525121236&cat=brasil&keys=chamar-so-negro-safado-nao-crime-delegada-paraiba-sobre-racismo
Repercussão Nacional ver http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/05/25/chamar-so-de-negro-safado-nao-crime-diz-delegada-da-paraiba-916683695.asp
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Espero que a UFPB tome as devidas medidas sobre o assunto - quanto a nós estudantes, nós tomaremos as nossas. É lamentável o ato racista, mas mais lamentável ainda foi a resposta da delegada. Devemos romper de uma vez por todas com as opressões.
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